quinta-feira, 18 de junho de 2009

foto-me

Eu costumo dizer que pessoas não se comparam a objectos inanimados, mas pardon, que aqui nós somos iguais. Aparência escura, corpo complicado com traços escondidos e indefinidos, com pouco sinal de esbelta silhueta. Uma grande e impune lente, um olho panorâmico; vê o que quer, e até o que não. Memória interminável, cheia de cor alheia, com toques cinzentos de vida, e ainda sépias de antigas primaveras. Inesgotável, é o seu interior; foco único no que lhe interessa, flash de sol para vista amiga. Forte fita à sua volta, com medo que manuseio exterior lhe magoe o coração; ou o cartão de memória (porque sim, para mim, pessoas também o possuem. alguns apenas o resolvem deixar em casa, desleixo). Recordações laminadas, como fotografias de passe, com molduras à volta, e sonhos animados. Retocável, com mil e um programas em sistemas, mas indefinida. Muito. Agora diz-me que não somos iguais? Eu, não estou apaixonada por um objecto; mas por uma pessoa em forma tal.

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