sábado, 26 de setembro de 2009

13+13

nem todos os que vagueiam andam perdidos. e é assim que nos apaixonamos, procurando na pessoa amada aquilo que ela jamais nos revelou, mas é claro que a iremos fazer sofrer, é claro que nos vai fazer sofrer igualmente. mas afinal, o amor é como a guerra: começar é fácil, acabar é tão difícil. podemos obrigar-nos a amar? podemos obrigar a que nos amem? é certo que não. sempre pensamos que nada é demasiado belo para ser verdade, ou que a manteiga de amendoim não vai saber tão mal como um amor não correspondido. é verdade, que só os verdadeiros amantes se conseguem vestir de sol no inverno, mas também há muita coisa em que temos de acreditar para a conseguirmos ver, e eu, conseguia ver tudo tão cristal clear. o que se pode fazer? ainda não há e nunca irá haver remédio para o amor, a não ser, claro, amar ainda mais. onde há um grande grande amor, há um grande desejo: qualquer coisa na nossa metade que não se apaga. é certo, esse alguém já me partiu o coração: já me despedaçou em migalhas fáceis. aprende, que ninguém nos dá coisa nenhuma: temos de a agarrar. e enquanto fugimos, correndo atrás, encontramos o destino em caminhos que tomávamos para o evitar; sem saber simplesmente o que procurar, ou onde. mas é isso o destino, é o que acontece quando menos esperamos que aconteça; há alguém que puxa uns cordelinhos sem tu saberes, e aí está ele. porque todos sabemos que não há acasos: há apenas encontros.

sozinhos vamos mais depressa; a dois, vamos mais longe. só que há muitas alturas, em que o que fazes fala tão alto, que não consigo ouvir o que realmente me queres dizer. quanto a mim, nem sempre as aparências iludem, sabes? eu sempre fui a mesma, no fundo disto tudo: eu não mudei o meu péssimo feitio, ou qualquer das minhas características. eu apenas sublimei todas as minhas incertezas para que pudessemos ter as nossas certezas. conseguimos ondas de alegria, seguidas de lagos, de tristeza, mas ainda assim, éramos suficientemente fortes para, mutuamente, nos perguntarmos: podes parar de me magoar, agora? oh, como eu admirava a força com que deixavas correr a água, e em como fluías delicadamente em mim, até tudo voltar ao sítio. a tua tez tão cor-de-rosa e pura, quando me dizias: um dia vou fazer-te uma pergunta a que deves responder: sim. mas tudo isso se esvaneceu contigo, e com o desinteresse rude que fez a força cair no abismo íngreme que é o insulto. e aí a questão torna-se completamente diferente e tão menos fugaz. é como se eu me perguntasse se as coisas poderiam ficar mais negras, e a resposta fosse não, não podem ficar mais negras. e é o que te digo, depois desses furacões que nos trespassam como uma faca: deviamos ver-nos sempre como gente que vai morrer amanha. é o tempo que temos pela frente que nos mata. porque assim, eu tinha a certeza que não tínhamos deixado a tentação de magoar, apoderar-se do teu lugar, ou às vezes até do meu. e é como se soubesses que me tens na palma da tua mão, e sabes como me controlar, e eu: desculpo-te intensamente, tentanto fingir um pouco que acredito que não vais fazer o mesmo. mas quando começa, não tem controlo, eu sempre o senti na pele: simplesmente, quando vou voltar ao príncipio, e sigo, como um barco a lutar contra a corrente, incessantemente há algo que nos empurra para o passado. o que me destroça não é que te apoies demasiado em mim, não. é que me abandones, como já consigo ver-me há bastante tempo. estar contigo tornou-se um medo novo, é como se eu não soubesse como confiar na pessoa que mais amo no mundo, porque não sei qual a reacção quem vem a seguir: ou o que vai acontecer com a minha vida, que entornei nas tuas mãos. é como se nada me dissesse para te dar a minha confiança, porque pode voar pela janela a qualquer momento. admite que não sabes como te controlar, simplesmente. mas vou encarando tudo com uma maior compreensão, para conseguir ver uma maneira de nos ajudar. porque o futuro nunca é senao o presente a pôr por ordem. nao podes prevê-lo, podes simplesmente permiti-lo. eu permito-me a ti, e a tudo. segundas oportunidades voam alto, e não as consegues apanhar, e vê que se torna numa coisa simples, o resultado disso: eu não me sinto bem nunca. tentámos re-começar muitas vezes, tornou-se o meu hábito e o teu, mas não podemos negar que sempre estivemos e estamos a começar pelo fim: por onde as coisas são pretas, em outros casos. já passei noites absolutamente maravilhosas, tal como tu sabes melhor que ninguém. mas esta, de certeza, que não foi uma delas.

at the end of the day, o verbo amar é, e sempre foi, difícil de conjugar; o seu passado nunca é simples, o seu presente é apenas indicativo e o seu futuro é sempre condicional. E tu sabe-lo bem. E fica a saber também que, aquilo que amei, aquilo cujo nome conservei, amá-lo-ei para sempre.

i have to be leaving now, but i won’t let that come between us. 10.

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