(duas semanas atrás)
Mafra
Amor é perpétua repetição, familiaridade com carinho à mistura e muita bagunça de coração. Amamos o que conhecemos como benévolo e o que contínuo se desenrola nesta vida: a pele entranha-se; o cheiro transparece a roupa e o beijo inebria-se em ambos os lábios. Amamos, apenas, aquilo que conhecemos, porquanto, o que aprendemos a amar: para sempre. Amamos, o que connosco se identifica e o que a nós se acorrenta inerentemente. Sobretudo, a gente ama o que a gente cuida: é um corpo só que se habitua ao nosso, que funciona como encaixe perfeito ou molde. Nunca me dei à ousadia de acreditar em triviais coincidências, mas sei que ter-Te conhecido, não foi por mero acaso rotineiro - foi uma dádiva do destino (ou como queiras chamar-lhe). Não consigo fazer um só rewind, sem notar que a minha vida não se desenha na tua ausência, muito menos sem ti, meu refúgio.
Sei que o meu amor, é determinante possessivo e advérbio obcessivo na tua gramática: não quero vez alguma ter de te partilhar com áquem ou outrem: atormenta a teoria de que tudo pode ser eterno. Por medo de perder toda a nossa plenitude, é frequente o forró de escárnio e mal dizer: hábito em nós agora. MEDO, de um dia, vir a ter de descobrir que há coisas piores que ser deixada para trás: porque o fui, e é nisso que vou ter de me apoiar para ultrapassar a tua partida. Pode parecer cliché, ou novela mexicana, mas eu não temo em dizer-te a verdade que é tudo menos o que parece: tudo ia desabar se te desviasses o teu rasto do meu. Porque it wouldn't mean anything if you were gone.
Já para não dizer que a saudade corrosiva iria chegar, e eu teria de a aceitar como beijo de judas que não larga ao fraco: just like me...
continua (...)
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