domingo, 13 de junho de 2010

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entrei no carro do meu pai, mas ainda estava no teu prédio. não estava a 60 à hora, no meio de uma estrada qualquer, mas sim no teu abraço. e a minha cabeça viajava a uma velocidade estonteante, em uníssono com o meu coração, como há muito não acontecia. ambos sabíamos que a nossa ira era muita, mas não foi a suficiente para nos deixarmos. nunca é. e eu larguei-te a correr, para não deixar ninguém olhar. dei por mim a meio do caminho para casa, a sorrir-me, e senti-me leve. lembrei-me do que senti, e pensei, como se comigo falasse, que cada vez que nos voltamos a entrelaçar depois de algum tempo longe, eu vivo tudo, como se fosse o inicio. talvez por me desabituar da tua forma e das tuas feições quando estamos longe; quando a raiva toma conta de mim. é como se fosse mais uma moeda para andar no teu carrossel, que nunca me deixa de surpreender. quando cheguei, a última frase que me passou pela mente foi: nunca ninguém vai conseguir deixar-me tão... assim, sem ser ele.

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