terça-feira, 26 de outubro de 2010
nem contigo nem sem ti
às vezes é preciso deixar cair as flores da algibeira e o casaco dos ombros. largar o corrimão e correr sem ténis. abraçar as àrvores só pelo que são. e largando as mãos, os afectos; soprando as velas e correndo as cortinas, é como se aprende a respirar o mais novo dos ares. é comprar a gravidade e suborná-la; saber que mesmo não conseguindo mudar tudo, é preciso tentar. é ser borboleta de alguém e saber como viver sem voar, escrevendo preto no preto. saborear a pimenta na língua e as palavras difíceis do ditado. os cabelos fora do penteado e os livros aos quais faltam frases. é um ultimato ao coração para a acabar com os custo do amor, das paixões que levantam a voz. e enquanto olhamos para as cores, sabemos que vamos ser sempre a preto e branco. sempre um avião sem asas. sempre sentados sem cadeira, mesmo que com o rabo no chão. é viver metade e saber como.
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