sábado, 15 de janeiro de 2011

são outros tempos

nunca fui daquelas pessoas que prefere os livros velhos aos novos, as capas rugosas às lisas, o cheiro a pó ao cheiro das folhas acabadas de imprimir. quando vou à estante cá de casa, ou, mais frequentemente, à da minha avó, prendo-me sempre aos livros mais recentes, às histórias dos tempos que correm e às lombadas brilhantes com imagens sugestivas. muitas são as pessoas que me recomendam aqueles romances à moda antiga, com mil e muitas páginas, quase sem lombada, capa nem vê-la e com a maior parte das folhas fora do sítio. talvez encontre um bicho ou outro, escondidos entre o enredo, um odor a usado, a casario antigo. não foi escrito com letra bonita, não. nem tão pouco têm o título visível, quanto mais uma imagem bonita na capa. já pertenço à geração dos que avaliam pelo aspecto exterior, e temo que só daqui por uns bons e maduros anos vou entender o sortilégio que tenho de ler histórias feias por fora, dentro das quais se encontram as mais certas e saudosas palavras.

3 comentários:

Um quotidiano a 1001 cores disse...

gostei muito mesmo*
verdade, daqui a uns anos talvez valorizemos esses livros, porque os novos de agora serão velhos, mais tarde, e aí vais recomendar e quem for mais novo vai dizer que nao porque está velho, sujo e quase sem título, o que não o impede de ter palavras embaladoras recheadas de amor e carinho.

Susana disse...

obrigada! :D
gostei deste texto^^

Eli disse...

é verdade, ja somos da geração das aparências. eu sou mesmo assim e as vezes não gosto assim tanto disso.