domingo, 6 de fevereiro de 2011
domingo do avesso
sempre que acordo tarde, gosto especialmente dos momentos que se seguem ao despertar: a reflexão toma conta de mim, e dedico os poucos segundos de silêncio e calma com que começo o dia a planear os assuntos aos quais me vou dedicar no tempo que sobeja do fim-de-semana. começo por tentar virar-me para o outro lado e dormir mais uns minutos, mas eis que se inicia o ciclo interminável de pensamentos que giram à volta da minha cabeça: os mil e um exercícios que tenho para fazer, os poemas que tenho para analisar, os teoremas que me faltam decorar, o tal trabalho que ficou por enviar - e por aí além. esforço-me de novo por ajeitar os lençóis, fecho os olhos e procuro adormecer as ideias. e lá vêm, mais uma vez, as vozes da razão que chamam por mim desenfreadamente - de tal maneira, que acabo por prometer (ainda hoje estou para descobrir a quem) que é só acabar de ver os dez episódios imperdíveis daquela série que ainda agora começou a dar que falar (e a transformar-se num enigma super atraente), e que mal acabem arrasto-me para fora da cama, sem arredar pé da secretária até esgotar todas as tarefas que acumulei na prateleira. o que acontece, é que até consigo chegar à secretária, mas assim que me alapo no computador ou me distraio com a televisão, é ver as horas a correr e nem a lapiseira ainda conseguiu tocar na minha mão. eu sempre disse que não faço nada sem ser sob pressão - porque as tarefas que podia ter feito com calma, na paz do lar e com o café à frente, são sempre encavalitadas no seio da agenda, e acabo sempre por me arrepender de não ter agarrado nas coisas pelos colarinhos.
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