quinta-feira, 3 de novembro de 2011

talvez, não

eu acredito nos signos. acredito em lançar as cartas ao amor. acredito que, quando sonhamos com alguém, essa pessoa também sonha connosco. acredito em estrelas cadentes. em números da sorte. em pulseiras dos desejos. em rebolar para debaixo da mesa quando se faz anos, e pedir tudo o que queremos. nos doze pedidos da meia-noite. acredito que quando o ponteiro das horas é igual ao dos minutos tudo pode acontecer [está mais que comprovado por mim]. acredito em guardar pestanas. acredito que não há coincidências. acredito que uma frase não aparece por acaso. que ninguém aparece por acaso, nas nossas vidas. acredito no que muita gente se recusa a acreditar. talvez porque o signo estampado no jornal me diga o que quero ouvir. talvez porque o baralho das cartas deixe sempre escapar os números certos. talvez porque alguém, um dia, já sonhou comigo. talvez porque as estrelas ousem sair do conforto e se lancem pelo céu, e eu invejosa delas. talvez porque já tenha atirado a minha pulseira ao mar, na sétima onda e de costas, como manda a tradição e daí nasceu o meu irmão. talvez porque quando se faz anos tudo seja possível, porque o sol acordou para nós. porque os pedidos à meia-noite-e-nem-mais-um-minuto acabam por mudar, e fazem com que fique convencida de que me levaram a coisas maiores. talvez porque as coisas tenham de acontecer como aconteceram, quando se murmura o desejo das 13:13 ou das 18:18. porque há sempre a esperança da magia das pestanas, e quem é que não precisa de magia nos dias que correm? talvez... porque esperar mais dois minutos na rua me fez encontrar o que precisava, porque as coincidências não fazem parte dos ingredientes da fé. talvez porque queira ver e ter o que as frases me dizem. ou apenas porque preciso de um empurrãozinho para tomar esta ou aquela atitude, de uma bússola descoberta por mim e em mim. talvez a coragem venha aos bocadinhos, escondida atrás da sorte, em coisas que ninguém acredita. talvez, não - ela vem mesmo. porque ninguém acredita em nada sem acreditar no que não se vê.

6 comentários:

Say Cheese disse...

Sublinho por inteiro este texto :)

Azul do Mar disse...

lin-do :)

Anita disse...

fiquei deliciada com este texto :)

C disse...

Adorei e assino por baixo :)

mary disse...

chama-se fé! seja no que for, a fé é uma das coisas essenciais na vida... sermos uns believers é meio caminho andado para que tudo corra melhor. eu ando a tentar partir por aí... a ver se ganho fé em alguma coisa antes que algum dia me caia tudo...

Green disse...

A tua última frase diz tudo: «porque ninguém acredita em nada sem acreditar no que não se vê». Por vezes é difícil acreditar em algo que não vemos, mas a vida e os fenómenos naturais fazem-me acreditar em algo maior e poderoso. Eu não acredito em Deus, ou melhor, tenho muitas dúvidas em relação a isso, mas acredito que exista algo ou alguém superior, algo que não vejo mas que se manifesta em muitas coisas na minha vida. Nada acontece por acaso, e certamente que não é o ar que faz com que a nossa vida corre melhor ou pior, com que estejamos no lugar certo à hora certa ou no lugar errado à hora errada. Eu acredito no destino e que tudo o que fazemos, todas a decisões que tomamos, se manifestam na nossa vida. Alguma coisa há-de estar a cima de nós, algo superior, e talvez um dia saibamos o que/quem é.