domingo, 14 de junho de 2009

primeiro capítulo

"Ela olhava para a janela do carro, com sede de paisagem que não fosse de cidade suja, mas sem sucesso. Jovial e indefesa, a pequena rapariga ao seu lado, retorque em tom fascinado, olhando para os seus pulsos; ambos:
- Ohh, o que é isso que usas no pulso, transparente?
- É uma alsa, de uma amiga. - responde-lhe ela.
- Então mas porque é que usas aí uma alsa? Que coisa tonta! - perguntou ela inocentemente, com um risinho no canto do lábio.
- É como se fosse uma pulseira bonita. Uma pulseira da amizade, percebes?
- Pulseira da Amizade? Que giro!
- É, não achas? - balbuciou a rapariga, desta vez com um vazio no estômago, de sair dali; de sair do ambiente sujo outra vez.
- Siiiim - disse alegremente a menina, mostrando o seu interminável interesse - e o resto das pulseiras? São TODAS pulseiras da amizade?! - perguntou, parecendo extremamente surpresa.
- Sim são, de amizade e mais. - devolveu ela, com um ar de quem não queria saber do assunto.
- Ohhh, tão querido que isso é! Sabes, eu também queria ter assim tantas pulseiras da amizade, nem tenho uma! - lamentou-se a rapariguinha de idade pouca.

- Pois, vais ter - confortou-a - vais ter, um dia; sem pressa.

E a esta altura toda a fome e sede de sair dali, pareciam ter-se multiplicado pelo número de pulseiras que abraçavam os seus pulsos inocentes, que nada tinham para dizer. Porque por ali, já nada se conta; alguém mudou de casa, e não vendeu a antiga. Já para não contar a velha história da pulseira que se quebra."

'o copo parece não ter fundo. e o que queremos, é sempre: mais.'

1 comentário:

Anónimo disse...

OLA
fico muito contente que tenhas gostado do meu olhar desinteressado e desejo imenso que continues a invadir este espaço pois ele nao é so meu mas tambem teu!!

Beijocas Desinteressadas