"tenho saudades tuas. tenho saudades de ler a nossa história no teu deviantart, porque estava sempre ansiosa por ler mais um capítulo e porque essa era a maneira como nos vias, e eu adorava. tenho saudades de uma mensagem de boa noite com o peaches and cream, que tu só 'gostaste' porque eu gostava. tenho saudades, mas mesmo muitas saudades de um desenho teu, daqueles mesmo à antigamente, sem textos, só com o teu traço, que valia muito mais do que qualquer letra. saudades do antes, que nunca mais volta. do antes, em que eras o D. dos desenhos, que postava 1001 rabiscos novos no deviant, à espera que eu os fosse lá ver (se já não os tivesse visto antes de serem postados). tenho saudades do teu blog, que nem cheguei a perceber bem o porquê de o teres apagado. e tenho saudades de teres as tuas unspoken words, porque aí ainda as tinhas, apesar de tudo. tenho saudades de ir ao El Corte Inglés e saudades de nos rirmos, sem vergonha. tenho saudades de quando os dias eram maiores que as noites, mas mesmo assim, nós ainda sentíamos saudades. saudades, saudades, saudades. de ter vergonha de namorar em frente dos outros, porque queria esses momentos só para mim - sem ter de dar explicações a mais ninguém que não tu. mas nunca me percebeste. saudades do nosso mundo partilhado, em que me compravas pastilhas de pêssego todos os dias - mesmo que não tivesses dinheiro. tenho imensas saudades de estar na rua, à chuva, e de aconchegar-me em ti, às escondidas, com medo do mundo dos adultos. da tarde em que foste a minha casa pela primeira vez, onde dormiste, enroscado em mim e numa manta fôfa. tenho saudades. não só dos dias em que íamos ao McDonald's e falávamos de bolachas do Bugs Bunny, quando ainda éramos uns bebés nisto. tenho saudades, de de deixar mensagens offline, e de me mostrares o teu saldo de 140 euros negativos, só por teres falado comigo de Espanha. nunca pensei vir a dizer isto, mas tenho saudades de me perguntares se já tinha pensado. não dei valor a isso, é verdade. mas é uma afirmação, e tenho muitas saudades disso, e de quando cada minuto era importante para ti na luta que travávamos, à espera que eu me decidisse. tenho saudades de me tentares ajudar a escolher, e de quando meio-mundo me dizia para arriscar contigo. saudades - de te lembrares das coisas, e de te lembrares de levar o bloco que te fiz para casa. talvez tenha sido por isso (e também porque não saí de casa) que este ano não me deu muita vontade de te comprar alguma coisa sozinha - porque a nossa história passou uma ano em minha casa, sem nunca te lembrares dela, e tenho pena, porque fiz tudo com o maior carinho do mundo. tenho saudades, de chorar no teu ombro, e de me reconfortares como deve ser, sem depois te aproveitares disso para me enfraqueceres mais. tenho saudades, que teimam em não se ir embora, de quando íamos ao cinema, e de quando me disseste que na nossa segunda vez juntos, nem prestaste atenção ao filme. tenho muitas muitas saudades de me cantares ao telemóvel as duas músicas que mais me tocaram e mais me tocarão na vida. tenho saudades da tua paciência, da tua ingenuidade. de quando ainda te integravas no meu mundo, sem a necessidade de crescer. sobretudo, da tua compreensão como meu namorado, com o amor que eu precisava. não um amor mau, como este, que só serve para mostrar por casa. isso não se faz. e tenho, tenho saudades do tempo em que ainda gostavas de mim pelo que eu era, com as minhas falhas, porque já percebi que agora, como viste quem eu sou, já está tudo perdido - até o amor mau. mas é só isso. são só mais uns milhões de saudades guardadas num frasco, que me trazem boas memórias. tenho saudades tuas, Daniel."
2 comentários:
:) a blogosfera tá em modo "saudade" ..hoje os post são todos ou quase todos sobre saudades :)
vais ver que as coisas se compões miSs... ;)
que texto, voces vão conseguir superar, tenho a certeza !:) lyy
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