terça-feira, 30 de novembro de 2010
seize
e depois, há os dias em que acordas a agradecer, almoças a agradecer, deitas-te a agradecer. ainda que o pequeno-almoço não saiba tão bem como parecia, ainda que saias à rua com botas de pano num dia de chuva. agora, ensopares os pés não importa, estares de costas voltadas com a pessoa que mais amas não é tão mau como parece. porque há por aí mais pares de meias secas, feriados para estares apaixonado e destorceres o nariz com quem precisa. deixas de lado os negativismos, as asneiras, as ironias. apercebes-te de que se nasceste, foi para sorrir. que é preciso dares valor às coisas, aprenderes tudo de uma vez, acabares com as promessas. e escreves mais em cima do joelho, fazes mais planos, não desistes de virar tudo do avesso. e o mais importante, é que sabes que dias como estes, são raros - e aproveitas.
domingo, 28 de novembro de 2010
sexta feira, 26 de Novembro de 2010
e nesse dia, as promessas vão desaparecer, porque já todas terão saído do papel. e aí, vão ser muito mais do que 730 dias.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
só mais uma
Bem sei que não tenho idade para escrever listas às renas, mas que eu saiba, ainda sou dona do meu nariz. Ora bem, o que queria mesmo para o Natal, não se parece com um objecto, nem tão pouco podia ser embrulhado em papel cor-de-fantasia. Se soubesse que falar alto me concedia os meus desejos mais profundos, era ver-me gritar pelas ruas da amargura, todos os dias, de todas as maneiras. Por querer um turbilhão de coisas, que nem sempre sei pedir, às vezes por me faltar a coragem, outras, com medo de mudar o que está bem (talvez por saber que nada será igual depois da guerra), serei uma eterna insatisfeita. Consome-me a ânsia de perder o genuíno, com o meu estúpido medo. “Quem tem medo de tempestades, passa a vida a rastejar”. Não devia pensar tanto. Devia esquecer as conversas que oiço, os assuntos em que me imiscuo, as palavras que estão a mais na minha vida. Debaixo da minha árvore deviam encaixar apenas as coisas que completam a pessoa que sou – em quem me tenho vindo a transformar. E é por isto, que o que eu mais queria neste Natal, ou em qualquer outro, eram as palavras de conforto de uma amiga. A sensação de poder dizer o que me vai na alma, sem ter receio. Esquecer os dias em que várias foram as pessoas me desiludiram. Queria poder dizer não sem parecer uma seca; uma pessoa diferente. Gostava que me dessem a oportunidade de partilhar os meus lados mais obscuros, as minhas taras, os meus recantos mais feios. Queria dar tudo a todos. Queria ter coragem de dizer a alguém que odiei todas as suas atitudes; que odiei esse alguém, todo. Mostrar as lágrimas em vez dos sorrisos. Queria às vezes descer do meu pedestal e conseguir mostrar que nem sempre sou forte como aparento. Queria perder as ambições por um momento, correr sem perder a respiração. Queria olhar para pacotes de açúcar e tornar hoje o meu dia. Queria largar os livros, deixar de viver na minha casa. Substituir os pensamentos negativos. Queria ter um cão. Queria alguém que me compreendesse, da cabeça aos pés. Queria não parecer chata por me queixar das coisas que me incomodam; não sair da cama quando estou triste. Poder exteriorizar a raiva, as frustrações. Queria também deixar de ser teimosa. Mudar os teimosos da minha vida. Ter coragem de dizer ao mundo que, todos os dias, desfaleço mais um bocadinho por saber que, eventualmente, as pessoas que me fazem mais falta vão desaparecer. Queria falar abertamente dos meus problemas, das minhas atitudes. Que alguém não me julgasse pelas minhas opiniões, por mais horríveis que fossem. Um canto para me esconder, um ombro para me recostar. Sobretudo, queria parar de ser outra pessoa que não eu, escrever mesmo que as palavras não combinem e ser natural. Queria, pois queria. E pensar que aumentar a voz fazia diferença. Não adianta. Mas torna tudo tão, mas tão real. E como eu odeio cair na realidade.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
caeiro, peace and love
Hoje sou só eu e as cinquenta mil personalidades de Fernando Pessoa nesta casa. Um dia, juro que hei-de perceber como é que se estuda Português.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
do passar dos dias
hoje é um bom dia. uma oportunidade de ver um filme, comer uns bons chocolates. ficar à espera que o calor da lareira encha a sala de conforto. é dar e receber, é fazer o almoço com o maior carinho do mundo. passear sem saltos, conversar sem palavras e sem medo do frio - quando se tem a melhor companhia. é apenas um dia, e no entanto, com muito mais que vinte e quatro horas.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
eu gosto mais da fox life
nunca percebi bem o objectivo das greves. não me julguem assim tão burra, bem sei que é um direito do cidadão lutar, para mudar as coisas que mais lhe desagradam, na esperança de que alguém se lembre de que somos seres humanos antes de servos do governo (detesto estes assuntos). e eu que não vejo notícias, nem tão pouco interessada estou em dispensar um pedaço do meu dia, quando sei que nada vou entender e que só estou a dar mais hipóteses à probabilidade de ter um dia estragado. e sei que às vezes as greves até resultam, mas no estado em que isto anda (fala a parte de mim que ainda apanha alguma coisa do ar) não acho que a sorte vá estar com os revoltados. e apresentando-me como uma fiel seguidora dos canais sem noticiários, confesso que apenas aprendo o que é e quando vai haver a próxima manifestação, pelo simples facto de hoje já saber que amanhã não me vou levantar cedo, não vou deambular pela rua com ar de zombie, não vou ter de me arranjar a horas e, claro, não me apanham a pé a horas de ver os diários da manhã.
gostos
até que nem desgosto de chuva. é qualquer coisa de bom, passar pelas montras e escolher a dedo umas grandes e coloridas galochas. depois, esperar ansiosamente que chegue o dia. o derradeiro, em que finalmente se pode desfilar que nem jardineiro, sem medo de charcos nem tempestades. as gabardines, as parkas e os carapuços. tudo junto. uma coisa de cada vez. o soltar do cabelo, ainda que tenha sido esticado de manhã. a correria pela boleia de um guarda-chuva. já disse que até que nem desgosto da chuva?
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
olhos que sabem ver
e pensar que conhecias os meus gestos, os meus sabores, as minhas preocupações, os nomes das minhas tias de cor. como gostava dos cereais de manhã, o tempo que tinhas de esperar para eu me enfeitar ao espelho. a magia do meu sorriso quando te esgueiravas pela porta, o teu braço sempre à frente do sol. sabias como levar-me às costas. uma maneira gentil de se ser o king-kong. com os teus jogos do esconde-esconde, as minhas músicas no teu ouvido, as tuas mãos na minha cintura. agora, sem medo, embrulhemos tudo isto numa página de jornal e é separar duas flores que nasceram do mesmo ramo, mas que ninguém soube regar.
para ver e viver #2
(quando o Armageddon demora muito a chorar; quando queremos lágrimas fáceis e bonitas)
My Sister's Keeper
domingo, 14 de novembro de 2010
flôr-de-pessegueiro
domingos são dias de trazer por casa, de esticar o cabelo e fazer uma trança, de vestir a melhor saia do armário, quer faça chuva ou sol. é dia de colher as flores mais bonitas, de provar os queques tostados e de passar água de rosas pela cara. sentir o travo a café e fazer rimar as mais bonitas palavras. ao domingo, custa mais ficar sozinho, porque não há ninguém a quem mostrar como é belo este doce acabar do fim-de-semana.
sábado, 13 de novembro de 2010
pensar precisa-se
limpa a janela da tua conversa embaciada e respira o ar do pensamento. recolhe-te às tuas palavras e, sobretudo, às tuas próprias maneiras. tira as fotografias das molduras para voltar a pô-las. e outra vez. e mais uma. escreve sobre sentimentos usados em pés descalços. renova as folhas, as canetas; volta a desenhar algibeiras nos calções para aqueceres as mãos nos dias recônditos. depois disso, vê como valeu a pena ficar um dia sozinho e poder passar o resto com alguém.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
por-dos-sóis
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
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